sábado, novembro 19, 2005

Pernambucano à francesa

Agora deu a louca mesmo. A maioria "excluída", que nunca brigou por nada nesse país, inventou de sair quebrando tudo por uma tarifa que, sem conhecimento de causa, consideram abusiva.

Abusivo é a falta de liberdade nesse país. Ainda não entendi de que benefício a população se valhe com o cartel de tarifas. A gente, sem perceber, vai deixando todo o poder nas mãos da prefeitura. Dizem: "se não fosse regulamentado seria um caos". E eu fico imaginando como é o tal caos. Na minha terra, que por sinal nunca morei, existe uma coisa chamada "carro de linha", que faz o transporte de uma cidade pra outra e está longe de ser controlado pela prefeitura. Ou ainda o famoso moto-taxi, que por 2 ou 3 reais te leva a qualquer lugar na cidade bem rapidinho.

E que caos! "Proibido transporte remunerado de passageiros nem autorização da prefeitura"? O carro é meu? É. Eu que pago o combustível? É. Se o cara morrer dentro do meu carro, eu posso ser preso ao menos por homicídio culposo? Posso.

Por que eu não posso cobrar?

Enquanto uns estudantes, tão fervorosos militantes, saem quebrando o ônibus pelo absuuuuurdo de pagar 85 centavos pra andarem 6, 7 km, os outros jogam pedras no consulado americano: dizem que são contra o imperialismo. Não vêem o verdadeiro absurdo por trás: entregam, cada vez mais, o poder nas mãos do Estado. E, quando nada mais puder ser feito, ai talvez os pernambucanos militantes poderão lutar pela independência.

E, talvez, a reinvindicação tenha lá, na pauta:

- Queremos os kombeiros de volta.

Do contrário, daqui à alguns anos, vão estar dizendo o que já está na boca do povo, mas naquele momento será mesmo presente. E o povo vai bradar:

- Isso aqui virou Brasil!


E tenho dito.