segunda-feira, julho 04, 2005

1. Só a democracia defende e respeita os direitos do cidadão.

O primeiro texto da série de temas.

Eis o texto:

A democracia, segundo dizem, assegura o maior nível de liberdade possível aos seus cidadãos. São fundamentais na democracia: a liberdade de expressão e de ação. Platão dizia que a "cidade" democrática, ofuscada pela sua ânsia de liberdade passa a eleger governantes sempre mais frouxos que não tem princípios para conter o relaxamento crescente. Quando não seguem essa tendência, são inimigos do povo, tiranos.
Essas liberdades fundamentais, são pilares da estrutura democrática. A liberdade de expressão é garantida nos direitos fundamentais, como meio de deixar transparecer os orgãos do corpo. E a liberdade de ação é limitada à, exatamente, o início da liberdade do outro. No choque entre esses limites, o que define o certo e o errado são as leis.
"Demos", povo. "Cracia", governo. Definimos em bom português como governo popular. Mas o que é definido, não é aquilo que vemos. Vemos uma estrutura decadente, com a sucessão de homens frouxos no poder. O que era pra ser popular, vira elitista, só que muda de mãos. No absolutismo, ou na sua corrupção, tiranismo, o poder era do rei e da nobreza, que concentravam também o saber, o que não procede nos dias de hoje. Vemos que nem sempre os mais educados são poderosos, e nem sempre os poderosos educados fazem jus a essa educação! Na maior democracia do mundo, existe o chamado estado de exceção, no qual fica excluído os direitos civis de um cidadão!

O que chamo atenção é, se o estado democrático respeita e defende os direitos, porque dá-se ao presidente o direito de revogo da constituição? Não é desconhecida a frase: “ainda temos a caneta do presidente”. E eu me pergunto o que é pior: O domínio pela força, ou o domínio da ignorância. Eu prefiro ser proibido de sair de casa por alguns que dominam o povo, do que ser obrigado a ver a res publica ser dominada por outros a que chamamos representantes do povo. Até que ponto as decisões tomadas pelos parlamentares representa o que deveria? Em termos de Brasil, até que ponto o plenário da câmara representa a “casa do povo”?

É necessário sair da falsa liberdade. Entre um sistema que não sabemos em que confiar e outro que morremos por defender o que é nosso, tentamos achar o meio termo no escuro. E, enquanto tateamos, alguns pregam a liberdade democrática lá fora, com os olhos vendados. Não querem ver a atmosfera de podridão que os circula. O que eles começam a perceber é que a venda serve, se não para tapar-lhe os olhos e agora começam a sentir o cheiro podre ardendo pelas narinas.

sábado, julho 02, 2005

02/07/2005 - Live 8

Um dia pra entrar na história. Estrelas como Madonna, Elton John, Paul McCartney, Bryan Adams, U2, Coldplay, Keane, Greenday, Linkin Park e até o lendário Pink Floyd.
Sejam uns mais politizados do que os outros. São estrelas e um espetáculo fantástico (com todo o vigor da palavra) ao redor de um tema: Make Poverty History, do inglês, em uma tradução livre: "Fazer da pobreza história(ou passado)".

O objetivo? Tinha que ser uma coisa grande. Capaz de unir o velho Pink Floyd e fazer um só corpo tantas pessoas. Nada mais que justo. O objetivo era pressionar a cúpula do G-8 (daí o nome Live 8) a dobrar a ajuda dedicada ao continente africano e a perdoar a dívida dos mais pobres.

Era de se esperar uma atitude para com um continente tão por vezes desprezado. Apenas tentamos fazer cumprir o tratado dos direitos humanos. Não devemos jogar a responsabilidade disso nos ombros de líderes nacionais. Os direitos humanos são universais e responsabilidade de todos! Isso implica que uma criança com fome e sem educação na África também é sua responsabilidade!

"Nós não queremos o seu dinheiro, queremos sua voz" diziam os idealizadores. É preciso que tenhamos isso em mente. "Se não nossa geração, quem? Se não agora quando?" eu pergunto a vocês. Enquanto eu escrevia esse texto, mais de 80 crianças africanas morreram de fome. Isso os toca?

É preciso que tenhamos marcado em nós essa responsabilidade. Como o MAKEPOVERTYHISTORY está desenhado a fundo no silicone das wristbands, tenhamos também assim no nosso coração. Que tenhamos engenheiros, médicos, filósofos, professores, empresários, líderes! Todos com esse ideal. Fazer do mundo um mundo justo. Que nem todos têm de ser iguais, mas têm de ter as mesmas oportunidades. Que uma criança africana tenha o poder de decidir se quer ir pro cinema ou tomar sorvete. Que não mais uma mãe africana tenha que decidir pra qual dos filhos vai dar a comida.

COMPROMISE. NOT A DIRTY WORD. COMPROMISE.